Desculpe-me
a injustiça
Minha
indignação.
Desculpe-me
a suscetibilidade
Minha
força de expressão.
Desculpe-me
o melindre
A verdade
da minha emoção.
Desculpe-me
a mediocridade
A
inteligência da minha argumentação.
Desculpe-me
a autoridade
A minha
justa reação.
Desculpe-me
a falsidade
O dolo no
meu coração.
Desculpe-me
o perfeccionismo
Minha falta
de perfeição.
Desculpe-me
a ambiguidade,
Se minha
sinceridade não vira canção.
Desculpe-me
a alegria,
Se choro
ao invés de sorrir.
Desculpe-me
a tristeza,
Se me
levanto ao invés de dormir
Desculpe-me
a humildade
Se dorme
em mim a altivez
Desculpe-me
a indiferença
Que mais
parece uma surdez.
Desculpe-me
a sensatez
O meu
senso sem razão.
Desculpe-me
a lucidez,
A loucura no
meu coração.
Desculpe-me
o despeito
Se não
respeito certo abraçar.
Desculpe-me
a amizade
Se a falsidade
tenta se disfarçar
Desculpe-me
a liberdade
Sem a
força da restrição
Desculpe-me
a verdade
Se a
mentira é invenção
Desculpe-me
as desculpas
A
indulgência da remissão.
Desculpe-me
tantas culpas,
Onde desculpa
não é perdão