Delírio no Outro Lado do Éden – Leh Rodrigues
Da minha
essência fiz nascer o sol
Te dei o
paraíso, a perfeição e coração.
Te dei
tudo menos o que era meu
Te deu o céu como abrigo
E seu corpo se vestia de pureza
Até quando vou me dobrar aos seus
delírios?
Sinto meu corpo ácido
Quatro
rios que corriam
Saciavam
a sede do seu lar
Á noite
te ofertava a lua,
Era sua
em cada luar
A lua lhe ofertou suas pérolas de
vidro
Como usura pela tua beleza.
E toda a sua vítrea formosura
Refletiu a tua pura e doce
natureza
As
estrelas diante de tua glória
Se
curvaram como damas de companhia
As flores
aspiravam sua pele
Fosse o
dia sua noite ou a noite o seu dia
Das
fontes do delta até o umbigo
Seu corpo
vesti de pureza
O céu te
dei como abrigo,
Há cada
manhã haveria uma certeza
No jardim
da vida
Tudo era
festa de existência
No meio
da obra de um Deus Rei
Havia a
tentação da ciência
O belo se
conformava a sua silhueta
Por todo
o lado o paraíso
Em cada
canto, havia um canto
Que
encantava seu sorriso
As cores
primárias a sua volta
Eram
verdes, azul e amarela
Seus
olhos, cabelos e tez
Eram
parte dessa aquarela
Te dei as
riquezas da minha alma
Te dei o
infinito e todo ouro de Ofir,
Cantei
versos de poesia
E nem
assim quis me ouvir
Então um
sussurro de serpente
Que de
tão atraente tomou conta do ar
Deslizando
pela árvore da vida
Te
prometeu o que não pude dar
Tanto a
descobrir,
Tanto
para desejar
Essa
sombra te fez ver
O que
ninguém podia enxergar
Então o
doce se fez amargar
Teus
olhos seduzidos se apagaram,
Como uma
folha da árvore da vida
Caída no
outono, seus sonhos secaram
E no
leste da entrada,
Há poder
de querubim
Uma
espada chamejando
Te
libertou do meu jardim
Espinho é
o que te resta
Nesse
vale de abrolhos.
Onde o
amor mais puro
Já não
contempla os seus olhos
O doce fruto de sua ambição
Desceu pela minha garganta como
absinto
Agora eu sinto do meu infinito
Tua eterna ausência
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