Enquanto pessoas
andam por aí
Sem rumo,
buscando um sentido para as suas vidas
Eu aqui
sonho ao som da canção de um poeta
Alimentando
pombos, na praça da ilusão
A
burguesia vai engordando seu ventre,
Crianças
mendigam uns trocados
Para
sobreviver ao abandono
Os barões
das favelas
Assumem o
papel da administração coletiva
Dobrando a
cerviz da comunidade
Se impondo
pelo terror
Gente e
animais disputam comida
Nas latas
de lixo de um beco qualquer
Saciando-se
como vermes
Em um
corpo sem fé
E os
homens do comando irracional
Discutem
seus "míseros" proventos,
Enquanto
os sonhos de minha gente
Voam pelos
ventos da indiferença política...
Os
doutores se impõem como deuses
À custa de
presentes e honorários,
Sem
horário nem compaixão
Das
vítimas do serviço público
Enquanto
isso os consoladores do espirito
Deixam
cegar-se pelo puritanismo
Vestem-se
do relativismo
Do poder dos
maiorais,
Preocupados
com seus status religioso,
Enganam
salmodiando salvação e alegria,
Quando
eles mesmos estão até o pescoço
Atolados no
tártaro da demagogia
Homens
ferozes e fardados
Contam
vidas como troféus de um jogo atroz
E rufiões
se sustentam com corpos em dívida
Que se
vendem por uma migalha de vida
Enquanto vejo
tudo isso por aí
Eu aqui
Sonho ao
som da canção
De um
poeta alimentando pombos, na praça da ilusão
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