Um Mundo Normal – Leh Rodrigues
O
mundo anda tão normal
Covil
de chacal
Inimigo
da paz
Desafiou
os mistérios do céu
Agora
réu seria
Na
ilha da agonia
Alimentou
o cult underground
Não é
tão mal
A
falsa liberdade
Caiu
já no primeiro round
Com
a cara no chão
Na
lama da imoralidade
Quer
provar o quê
Com
suas experiências?
Não
tem ciência sua religião
Por
que anda na contra cultura
Por
quê ser tão linha dura
Com
nosso coração?
Suas
guerras, suas paixões
Seus
aviões, seu nariz empinado
Seus
povos, campos da vergonha
Marcas
de coronha e
Bancos
esfomeados
Seus
cromossomos
Não
determinam
Como
somos no íntimo
Fragmentos
de átomos
Em
qualquer canto
Nesse
universo ínfimo
O
mundo anda tão normal
E
sem background
Para
seguir seu curso
Com
os próprios pés
Anda
em viés
Como
uma agulha
Na
veia de um viciado
Sem
fé
A
moda de suas meninas
Sorrisos
e umbigos
E um
tolo ambíguo
Em
cada esquina
Um
disparo do cano frio
Sob
a luz do farol
Como
se o sol
Perfurasse
o coração
De
uma vítima
O
mundo anda tão normal
Há
excesso de sal
Na
mídia amoral
Um
café na padaria
Quanto
me daria
Por
uma vida?
Um
carro retorcido
Marcas
em relevo
Num
corpo perdido
Sua
cabeça cheia
De
ódio e de ópio
Heroína
sem façanha
Que barganha
Teu
lixo na entranha
Da
estranha sociedade
Do
terceiro mundo
Tantos
feitos
E
tantos despeitos
Nesse
peito vazio
Nas
águas podres
Do
seu rio
De
interesses escusos
Que
de tão absurdos
Torna-te
nas páginas de jornal
Apenas
um mundo normal