Leh Rodrigues

terça-feira, 2 de maio de 2017

Um Mundo Normal - Leh Rodrigues



                                           Um Mundo Normal – Leh Rodrigues


O mundo anda tão normal
Covil de chacal
Inimigo da paz
Desafiou os mistérios do céu
Agora réu seria
Na ilha da agonia

Alimentou o cult underground
Não é tão mal
A falsa liberdade
Caiu já no primeiro round
Com a cara no chão
Na lama da imoralidade

Quer provar o quê
Com suas experiências?
Não tem ciência sua religião
Por que anda na contra cultura
Por quê ser tão linha dura
Com nosso coração?

Suas guerras, suas paixões
Seus aviões, seu nariz empinado
Seus povos, campos da vergonha
Marcas de coronha e
Bancos esfomeados

Seus cromossomos
Não determinam
Como somos no íntimo
Fragmentos de átomos
Em qualquer canto
Nesse universo ínfimo

O mundo anda tão normal
E sem background
Para seguir seu curso
Com os próprios pés
Anda em viés
Como uma agulha
Na veia de um viciado
Sem fé

A moda de suas meninas
Sorrisos e umbigos
E um tolo ambíguo
Em cada esquina
Um disparo do cano frio
Sob a luz do farol
Como se o sol
Perfurasse o coração
De uma vítima

O mundo anda tão normal
Há excesso de sal
Na mídia amoral
Um café na padaria
Quanto me daria
Por uma vida?
Um carro retorcido
Marcas em relevo
Num corpo perdido

Sua cabeça cheia
De ódio e de ópio
Heroína sem façanha
Que barganha
Teu lixo na entranha
Da estranha sociedade
Do terceiro mundo

Tantos feitos
E tantos despeitos
Nesse peito vazio
Nas águas podres
Do seu rio
De interesses escusos
Que de tão absurdos
Torna-te nas páginas de jornal
Apenas um mundo normal







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