Nunca
tinham se visto, completamente estranhas,
Mas
conversavam como se fossem íntimas.
Seus
olhares se cruzavam
De modo
tão humanamente inocentes.
As
palavras trocadas eram doces e sem conceitos.
Então
percebi o quanto estou distante das pessoas,
Vi naquela
inocência,
O abismo
entre eu e o resto do mundo.
Queria ser
como as crianças,
Sem medo
de olhar nos olhos,
Sem medo
de ver o coração da pessoa ao meu lado.
Queria ser
a pureza daqueles olhos de inocência,
Que não vê
a maldade no sorriso das pessoas.
Queria ser
o sorriso na face sofrida de alguém.
Vi
naquelas crianças, o que não vejo ao olhar o espelho.
Minha
indiferença mata o que há de bom em mim.
Eu não
entendo esse ser,
Que se
limita a ver a beleza humana
Existente
naqueles que passam por mim,
Que não
são recompensados pelo sorriso que oferecem.
O coração
endurece
Com o que
há de mais moderno em nossa existência.
Cria
resistência ao amor,
Como se um
olhar fosse doença,
Como se o
sorriso fosse ofensivo,
Como se o
toque fosse uma afronta,
Como se
todo gesto gentil, fosse uma ameaça.
Queria ser
aquele momento infantil,
Sem essa
vil sensação de medo e frio na alma.
Queria ser
um pouco daqueles minutos
Tão
distantes de minha vida real,
De meu dia
normal.
Elas
estavam tão longe dessa normalidade torpe,
E eu
queria continuar lá
Só
assistindo aquele lindo momento,
Em que a
vida ensina a viver....