Máscara – Leh Rodrigues
É lisonjeiro e dissimulado
Máscara de sorriso escancarado
Gosta de tapinha na costa
Com a hipocrisia vive abraçado
Por aí vive a parolar
Cheio de veneno, cheio de razão
Com polida e sublime convicção
Coloca o amigo no chão
A inveja o veste como um manto
Doce avidez em língua macia
Que no fundo provoca indigestos:
Dor, tristeza e azia
Sempre preocupado e bem disposto
Motivado ao amigo aconselhar
Interessado mesmo está
em derrubá-lo
Para avidamente ocupar o seu lugar
Atolam-se na displicência
Arrogam-se obstinando a demência
Alma indignamente exposta e explícita
Implícita, no espírito da indigência
No meio da grande tertúlia
Ele rulha e se mantém escondido
E confundido, é raptor vera-efígie
Camaleão furta cor, que finge
Um falso amigo é doença
Que quebra nossa resistência
Vivência da amargurada angústia
Sintoma de uma triste existência
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