"Sou apenas alguém comum que se atreveu a expressar espontaneamente o que vai na alma" Hudson Alexandre Rodrigues
Leh Rodrigues
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
A Sala - Leh Rodrigues
A Sala - Leh Rodrigues
A sala está vazia.
Assim como vazia esta minha mente.
Meus olhos miram o vazio,
Vejo um pássaro passando rápido pela janela.
Ele leva nas asas meu breve pensar
Em direção do céu que apela pela chuva por cair.
Há grades que me fazem sentir encarcerado
Nesse cubículo cerrado de vida sem sentido.
Um calor súbito se ocupa de meu corpo.
Nem mesmo um copo d'água
É capaz de matar minha sede de vida.
O vento do ventilador alivia a dor
Que dorme em minha pele.
Num canto qualquer,
A ilusão está pronta para apagar meus sonhos
Como um extintor tem gana pelo fogo.
O livro dos céus descansa aberto
Na carta sagrada
Que me lembra de minha culpa,
Culpa que outrora perturbou a inocente mente romana.
Na mesa pousa um papel em branco,
Sem nada a dizer,
Esperando que eu assente a dor da minha poesia,
E a cadeira vazia, me lembra que estou sozinho,
Entregue num sofá surrado, cheirando a mofo e suor
Corpos cansados repousaram sobre ele,
Como se fosse um leito de alento,
Ou um divã de conflitos.
É um recanto de sombras e fantasmas.
No corredor da sala há uma escada,
Encimada, com um corrimão,
Que deixa em minha mão o pó do tempo.
Os armários guardam apenas papéis
Empoeirados de alguma história,
De uma memória bem guardada a sete chaves.
Vejo você nas fotos do meu celular.
Já não está há me sorrir como antes.
Quando o sol distante aquecia nossos sonhos ingênuos.
Olho pelas grades da janela que vão embaçando
E vejo que a chuva vem se precipitando sobre a cidade.
Vou dormir.....
A Cidade - Leh Rodrigues

A Cidade – Leh Rodrigues
Vejo cor incandescente
Nas alamedas
Labaredas de fogo
No peito da gente
No ar um cheiro velho
De gasolina
Em cada esquina
A justiça é transigente
O juízo rola
Ladeira abaixo
Como um pássaro faminto
Em voo rasante
Cabeças
Rodando a mil
E o senso de vazio
Já tão distante
Como sempre
A cidade
Está normal
Tudo exatamente
Igual
Quem é o rei
Descendo a escadaria
Transformando qualquer dor
Em euforia?
Caiu de bêbado o sonho
Nos becos morrem mundos
Tão estranhos
A cultura juvenil
Vem no som dos mc’s
A luz inebriante é do neon,
Atrás de mim
O ventre popular
Regurgita
E a vida recomeça
Todo dia
Mais aflita
De um lado a burguesia a passear
Do outro, miséria na sarjeta
O luxo diz que o lixo incomoda
Mas o lixo é o luxo da moda
A cidade
Está normal
Tudo exatamente
Igual
A Gente Não Sabe - Leh Rodrigues

A Gente Não Sabe – Leh Rodrigues
Não é um mistério
Talvez um milagre
Pode ser ilusão
Ou uma miragem
Um pássaro
Que foge do frio
Na busca constante
Do ninho vazio
A gente não sabe
Onde procurar
Se na simplicidade
Ou em outro lugar
Nos guetos sombrios
Onde há esperança
No corpo que espera
A última dança
As coisas do céu
A solidão de uma ilha
A lua de mel
Ou no sorriso da filha
A gente não sabe
Como encontrar
Mas a felicidade está
Onde menos se espera
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
A Volta da Lua Rosa - Leh Rodrigues
A
Volta da Lua Rosa - Leh Rodrigues
E a lua rosa estava lá no céu claro às 7:00 da manhã,
Reavivando meus sentidos,
E meu desejo de viver languidamente esse dia.
Eu via um céu azul
No meu pensamento nu,
Exposto, escancarado.
Novamente estou na mesma cena,
Vendo as mesmas pessoas
Que nunca vi,
Como num sonho ou um dejavu.
Parece que estou debruçado
Na janela da vida,
Vendo a vida passar
Vendo secar a seiva da minha carne.
Essa lua vai me matando aos poucos
Com sua canção plangente,
E eu doente de amor,
Carente das mãos suaves da compaixão
Esse céu não se abre para mim,
Nem me dá o roteiro
Do que eu sou por inteiro.
Há um lado escuro,
Assim como é escura a costa dessa lua.
Não há em mim um mar de tranquilidade,
Apenas lacunas, crateras e vaidades
Quisera entender a sua luz rosa,
Que reflete em meus olhos,
Fonte de minhas ilusões
E porta de tantas obsessões vis.
Aos poucos ela dará lugar ao sol,
Que aos poucos irá secar sua cor,
Com a luz incandescente do zênite,
Que não mente,
E que fará renascer o ânimo de algum ser
Que desistiu de ver raiar mais um dia...
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
Camaleoa - Leh Rodrigues
Camaleoa – Leh Rodrigues
Tua pele teu cheiro
Um toque delicado
Teus cabelos têm as cores
Do meu tempo
De cada momento
Camaleoa
O beijo de um anjo
Acordando meus desejos
É fera acuada
De unhas pintadas
Tem olhar de leoa
Eu sou a cor do seu viver
Do batom do esmalte em você
Eu sou a cor o teu querer
Do brilho da roupa em você
Teus olhos a luz
E um sentido para cada noite
Teu sorriso um intento
Um segredo no pensamento
Revelado
Tuas mãos um aceno
Um abraço esperado
Mais um beijo mais desejos
Teu batom nos meus lábios
Camaleoa
sábado, 3 de agosto de 2019
domingo, 28 de julho de 2019
domingo, 14 de julho de 2019
Desejo Alado - Leh Rodrigues
Com
olhos de rapina
Te
vejo menina
Em
todo lugar
Percebo
que quando foge
Me
tira o Norte
Sem
te encontrar
É um
mistério
O
jeito sério
Em
teu olhar
É
como um pássaro
Desejo
alado
Que
não quer pousar
Vem
que os meus braços
Tiram
seu cansaço
Já
sofreu demais
Sou
teu ninho
Te
dou carinho
Amor
e paz
Sua
cisma queima meu peito
Essa
ausência esfria o meu beijo
Pousa
para não mais voar
Pousa
no meu peito
Para
descansar
sábado, 29 de junho de 2019
Duas Crianças - Leh Rodrigues
Nunca
tinham se visto, completamente estranhas,
Mas
conversavam como se fossem íntimas.
Seus
olhares se cruzavam
De modo
tão humanamente inocentes.
As
palavras trocadas eram doces e sem conceitos.
Então
percebi o quanto estou distante das pessoas,
Vi naquela
inocência,
O abismo
entre eu e o resto do mundo.
Queria ser
como as crianças,
Sem medo
de olhar nos olhos,
Sem medo
de ver o coração da pessoa ao meu lado.
Queria ser
a pureza daqueles olhos de inocência,
Que não vê
a maldade no sorriso das pessoas.
Queria ser
o sorriso na face sofrida de alguém.
Vi
naquelas crianças, o que não vejo ao olhar o espelho.
Minha
indiferença mata o que há de bom em mim.
Eu não
entendo esse ser,
Que se
limita a ver a beleza humana
Existente
naqueles que passam por mim,
Que não
são recompensados pelo sorriso que oferecem.
O coração
endurece
Com o que
há de mais moderno em nossa existência.
Cria
resistência ao amor,
Como se um
olhar fosse doença,
Como se o
sorriso fosse ofensivo,
Como se o
toque fosse uma afronta,
Como se
todo gesto gentil, fosse uma ameaça.
Queria ser
aquele momento infantil,
Sem essa
vil sensação de medo e frio na alma.
Queria ser
um pouco daqueles minutos
Tão
distantes de minha vida real,
De meu dia
normal.
Elas
estavam tão longe dessa normalidade torpe,
E eu
queria continuar lá
Só
assistindo aquele lindo momento,
Em que a
vida ensina a viver....
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Local: Brasil
Iracemápolis - SP, Brasil
O Silêncio das Árvores - Leh Rodrigues
O silêncio
das árvores.
Em um
cemitério, a melancolia
Vejo o
tempo passar
Como se
estivesse na janela de um expresso.
Vejo a
paisagem lúgubre em tons distorcidos,
Sinto no
ar o odor fétido
Dos
resíduos da cidade por onde ele passa
Os espaços
parecem lúdicos e intermináveis
Há diante
de mim um caminho sem volta
Onde as
horas passam interminavelmente
Sem um
pingo de piedade do meu corpo cansado
E da minha
mente infinita.
Sombras e
brisas dão sutil alivio a essa agonia
Que me
tira de uma de uma doce ilusão
Árvores e
nuvens encontram-se
Num
contraste de cores e efeito
O céu está
cinza,
Como o meu
dia
Vejo um
morro estático passando
Pelo meu
tempo,
Cruzando
meu espaço
Chegando a
lugar nenhum
sábado, 27 de abril de 2019
Super-Herói - Leh Rodrigues
Mitos e lendas
No cinema e na tevê
Todos eles inspirados
Em tudo o que já fez
Tantos heróis venerados
Têm ocupados as sessões
Mas são apenas sombras
São apenas sobras de suas
intenções
Entre monstros e demônios
Mostrou o teu poder
Acalmou ventos, tempestades
Fez o medo arrefecer
Andou sobre as águas,
Acalmou a magoa vã
E a cana esmagada
Acolheu como irmã
Seu tempo, ponto de partida
Curou feridas e a dor da decepção
Sua força poderosa é delicada
Foi uma lágrima rolando em seu coração
No seu alicerce não há fraqueza,
Mas há tristeza em ser perfeito.
Venceu a injustiça, a ganância
O medo e o despeito
Soube ser homem, soube ser anjo
E nós em desarranjos
Nem ao menos sabíamos
Como ser humanos
Não voou em volta da Terra,
Mas mudou o curso da história
Nos seus olhos havia um fogo
Que não sai mais da memória
Salvou tantas almas
No amor escondia seu poder
Derramou sangue precioso
Esvaziando todo seu ser
No fio frio da navalha
Irradiou-se fogo e luz
Abandonou o peso das mortalhas
Pela estrada de Emaús
Não bebeste o vinho acre
Na ponta da lança não rejeitou a
dor
Derramou-se sangue e água
Mas reteve o seu amor
Tantos milagres, tanto poder.
Ventos, vinho, peixe, pão
Água, amor, palavras
Vida, paz, ressurreição
Sua história nunca esquecida
Ora lembranças que as vezes dói
Mas no ontem, no hoje e no amanhã
Vejo o afã de um verdadeiro super-herói
sábado, 13 de abril de 2019
A Sós Com A Lua - Leh Rodrigues
A Sós Com A Lua - Leh Rodrigues
No céu eu posso ver a lua
Brilhando nua faço uma canção
Então derramei uma lágrima quente
No toque plangente do meu violão
Vou te olhar com sentimento
No momento em que estivermos sós
Confiar todos os meus segredos
E os medos que sufocam a voz
Quero elogiar em singela cantiga
Essa doce amiga que mexe com o mar
Fico a admirar sua face atrevida
Com a alma despida exposta ao luar
Derramarei o meu coração triste
Que nunca desiste de externar essa dor
A lua me diz que é dor passageira
Eu fui a primeira a sofrer por amor
Pra Não Esquecer A Liberdade - Hudson Alexandre
Senti
um vazio
Orei
pra você
Indaguei
Porque
não entendi
Tanta
coisa que vi
E
não concordei
Te
abri o meu coração
Se
ser livre é pecado
Peço
perdão
A arrogância
Estendeu
sua mão
Com
apelos de ordem
De
organização
Homem
que domina
Homem
no poder
Diz
que o preço da paz
É se
submeter
Homem
que domina
Homem
faz sofrer
União
sem liberdade
É
que faz subverter
Viver
sem liberdade
É
pior do que morrer
Me
ensinou
Que
a liberdade
Traz
felicidade
E
alento ao coração
Aí
vem alguém
Cheio
de vaidade
E
diz que a verdade impõe
Cega
submissão
Até
a flor vinga
Na
resistência
E o
asfalto liberta
Um
broto no chão
Usa
de língua macia
Só
vê rebeldia
Na
justa argumentação
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