Fim Da Civilização
(O Último Beijo) – Leh Rodrigues
O
que é essa convulsão?
Paixão,
prurido social
A
libido geral
Que
nasceu tal nos acordes do rock
No
mágico solo de Woodstock
Que
espírito é esse
No
ar suspenso e tenso?
Caos
na ordem universal
Pensamento
perigoso
E
amoral
Que
geração essa minha!
Um
estado de anomalias
Que
tem anseio romântico
Na
terra da utopia
Que
visão é essa
Que
nina o mal
Na
cama do bem?
E
que fé comum é essa
Que
tão poucos a tem?
Onde
mora a dignidade
De
quem vive à custa
De
uma arma?
De
quem o sangue
O
parasita não desmama?
Por
que na dita seleção natural
A
sobrevivência do mais apto
Descarta
o amor
Na
dimensão do status?
Que
juventude é essa
Que
se dobra
Á
sombra de Mefisto
E se
ofusca com o brilho
De
Jesus Cristo?
Que
força
Acorrenta
o bom
Para
o deleito do mau
Onde
no domínio da noite
Brilha
o vil metal?
Que
esperança é essa sua
Que
de tão nua
Não
se veste de fé?
Que
peixe não dorme
De
olho aberto
Ou
que garça não dorme de pé?
Que
tempo é o nosso
Onde
o futuro se foi
Junto
com o passado?
Tempo
de avanços perfeitos
Que
o torna tão ultrapassado
O
mundo se revolve em demência
A
ciência não beija a religião
Quando
palavras escapam da boca
Mordem
a língua do coração
Em
que tipo de guerra
A coragem
beija a covardia?
Ou
que tipo de vida
É
preciso remédio
Para
se ter alegria?
Não
há engano no progresso
É
fim de civilização
Há
em cena
O
ensaio de um novo começo
O
despertar de outra geração
Vou
surfar num mar de gente
Em
que o ventre regurgita
O
ácido que arde em minha garganta
Vou
surtar na intransigência
Da
urgência que me acompanha
Portanto
beije-me
Como
se fosse a ultima vez
Com
altivez e desejo
Beije-me
com gana de vida
Como
se fosse
Seu
último desejo
Nenhum comentário:
Postar um comentário