Histórico de Amor (do
Sagrado ao Profano) – Leh Rodrigues
Amor...
Profano, agitado como a fúria do mar
Assim era o amor de Heloise e Abelard
Maldito coração, em pura ambição
Como o traiçoeiro amor de Dalila por Sansão
Tão perseguido se fez que morreu
Triste amor de Julieta e Romeu
Forte, frustrado no peito alto grita
Amor ilusão, de Salomão pela sulamita
Que aparência não se vê, desconsidera
Alma fera de uma bela, alma bela de uma fera
Carrega nas costas o mundo e a emoção
Quasímodo e Esmeralda, apaixonada decepção
Soberano, egoísta, sonho em demônio
Amor político entre Cleópatra e Marco Antonio
Sublime realeza, abnegado como se quer
Amor resgate, real de Assuero e Ester
Levado pelo vento, como se o tempo consumisse
Saudade e reecontro de Penélope e Ulisses
Cobiçoso, forte paixão como nunca vi
Amargo tropeço de Bate-Seba e Davi
Nas mil e uma noites, suspeito coração
Sherazade, com coragem, conquistou o sultão
Sagrado, amor que Deus aprovara
Relação de fé entre Abraão e Sara
Ciumento, suspeitoso, vil e nada belo
Lá se vai Desdêmona, grande amor de Otelo
Forçado, precipitado, em fel alguém há de amargar
Siquém, desonra furtivo a inocência imprudente de Diná
Shakesperiano, lendário, sem confete
Ser ou não ser, Ofélia doce drama de Hamlet
Libido incestuoso e proibido para se amar
Toque impróprio para Judá e sua nora Tamar
Violento, obcecado, odioso e nada bom
Como o da outra Tamar com seu irmão Amnon
Longânimo, doce, saboroso como o mel
Intempestiva espera de Jacó por sua Raquel
Nenhum comentário:
Postar um comentário