Leh Rodrigues

domingo, 12 de março de 2017

Histórico de Amor (do Sagrado ao Profano) - Leh Rodrigues


Histórico de Amor (do Sagrado ao Profano) – Leh Rodrigues

Amor...
Profano, agitado como a fúria do mar
Assim era o amor de Heloise e Abelard
Maldito coração, em pura ambição
Como o traiçoeiro amor de Dalila por Sansão

Tão perseguido se fez que morreu
Triste amor de Julieta e Romeu
Forte, frustrado no peito alto grita
Amor ilusão, de Salomão pela sulamita

Que aparência não se vê, desconsidera
Alma fera de uma bela, alma bela de uma fera
Carrega nas costas o mundo e a emoção
Quasímodo e Esmeralda, apaixonada decepção

Soberano, egoísta, sonho em demônio
Amor político entre Cleópatra e Marco Antonio
Sublime realeza, abnegado como se quer
Amor resgate, real de Assuero e Ester

Levado pelo vento, como se o tempo consumisse
Saudade e reecontro de Penélope e Ulisses
Cobiçoso, forte paixão como nunca vi
Amargo tropeço de Bate-Seba e Davi

Nas mil e uma noites, suspeito coração
Sherazade, com coragem, conquistou o sultão
Sagrado, amor que Deus aprovara
Relação de fé entre Abraão e Sara

Ciumento, suspeitoso, vil e nada belo
Lá se vai Desdêmona, grande amor de Otelo
Forçado, precipitado, em fel alguém há de amargar
Siquém, desonra furtivo a inocência imprudente de Diná

Shakesperiano, lendário, sem confete
Ser ou não ser, Ofélia doce drama de Hamlet
Libido incestuoso e proibido para se amar
Toque impróprio para Judá e sua nora Tamar

Violento, obcecado, odioso e nada bom
Como o da outra Tamar com seu irmão Amnon
Longânimo, doce, saboroso como o mel
Intempestiva espera de Jacó por sua Raquel



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