Coleções Poéticas
– Hudson Alexandre Leh Rodrigues
Velhas Lembranças
A
dor nasce
De
velhas lembranças
Que
a vida deixou tatuada
E a
voz abafa
Um
grito disfarçado
E o
passado
Não
dita mais nada
Reflexo
Vejo
meu reflexo
No
vidro da janela
De
um ônibus lotado
São
seis e meia
Estou
tentando
Voltar
para mim mesmo
Enquanto
ainda é tempo
Liberto
dessas teias
Vida
Na
folia do tempo
Os
raros amigos
Comem
comigo
Na
mesa da lealdade
Sorri
para vida
Ela
deu-me um beijo
Sem
medo, espelho
Nem
fantasia ou maldade
Jogo Da Vida
No
jogo da vida
Não
há derrota
Pois
as cartas estão
Na
manga da coragem
E na
luta entre
Razão
e sentimento
O
tempo mostrará
Sua
vantagem
Relicário
Vem
e vislumbra o cenário
Fiz
um relicário
P’ra
lembrar nossa paz
Põe
no pescoço
O
teu relicário
Não
guarde no armário
Nas
noites de luar
Nova Emoção
Quero
uma nova emoção
Que
brote um sorriso lindo
Em
seu coração
Sem
fazer da cor distinção
Quero
uma nova emoção
Que
me queime ao sabor da paixão
Que
louve o mar e a lua nua
E me
dê um corpo são
Vaidade
Você
que orbita
Em
torno de alguém
Que
se queima
No
fogo da vaidade
Não
vê que seu tempo
É
fugaz, te traz
Em
um segundo
O
fruto amargo da infelicidade
O Troco
Se
acha pouco
O
que a vida te dá
Saiba
é o troco
Que
pode esperar
Por
achar
Que
não fez nada demais
Por
tão pouco a conta virá
Pois
o fogo
Não
sabe esperar
Talvez
não seja tarde
P’ra
mudar
Amor...
Sem
compromisso
É
verbo ao vento
Corpo
sem movimento
Que
não diz coisa alguma
Falso
juramento
Na
dor é veneno
Falso
sentimento
Que
não diz coisa alguma
Ser Livre
A
mente é prisão
De
quem não sabe ser livre
O
escravo não sobrevive
A
essa canção
Na
mão não se vê
Nenhuma
esperança
Mas
um facho de luz
Dá
perseverança
Céu Escuro
Pode
ser surreal
A
mente de um cara sem sal
Mas
o que posso
Esperar
de um céu
Tão
escuro
Tudo
normal
Nuvens
chuva
O
dia sem sol
E um
muro
Impede
a minha visão
Do
futuro
Brilho Natural
Não se encontra nas ruas
Nem
na lua ou no ócio
Gema
rara nessa vida
Escondida
em teus olhos
Um
brilho natural
Mais
lindo que o cristal
O
seu brilho diamante
Tem
olhar dominante
Arrogância
Você
pode ser
Qualquer
coisa que quiser
Só
não pretenda
Ter
aquilo que não puder
Arrogância
é tropeço
O
começo do final
Arco-Íris
As
cores do arco-íris
Tocaram
nossas emoções
É
tempo de olhar nos meus olhos
Esquecer
todo o ódio
Que
feriu corações
Pedido
Ao
céu eu fiz um pedido
Não
viver sem ter você
E se
me for concedido
Serei
sua razão de ser
Agora
faz sentido
Esse
meu modo de viver
E se
sonhar comigo
Não
vai se arrepender
Conflito
O
conflito mata o jardim
Sem
meio nem fim não acaba
Não
da chance para a paz
Aqui
se faz aqui se paga
Se...
Se
pudesse voltar no tempo
Faria
cada momento diferente
Veria
tanta coisa de modo divergente
Só
não abriria mão das lições
Das
belas lições da vida
Briga de Amor
Tá
certo não discordo mais
Do
que se foi, do que ficou p’ra trás
De
perto tudo é igual
Não
faz mal se não quer ouvir
O
silêncio é melhor que sofrer
Prefiro
ser feliz e ceder
Por que
te amor
Mesmo
se custa a crer
Atmosfera
O
vento faz-me planar
Rumo
a qualquer lugar
Onde
queira me encontrar
Lugar
onde posso invadir
Sem
consequência
O
espaço sideral
E
voltar a atmosfera da vida
Sem
que se queime minha essência
O
Que é o Amor?
O
que é o romance,
Senão
um homem e uma mulher
Se
deliciando numa linda história de amor
E o
que é o amor
Senão
vidas que se cruzam
Enfrentando
juntas
As
existências em dor
Esperança
O
que é essa esperança,
Essa
que nos conduz
Por
trilhas estreitas
Com
pequenos fachos de luz?
O
Trem
O
trem da angústia já vai
O
trem já vai partir
Leva
a minha esperança
Que
não se cansa do porvir
Para Teu Ser
Toda
a minha poesia
Inspira-me
p’ra cantar o teu ser
E eu
canto a sua existência
Essencialmente
você
Romance
Um
romance desgastado
Desgastante
É
como um livro do Neruda
Empoeirando
na estante
Distração
Desculpe,
mas não me culpe por esse momento
É
que eu me perdi no coração
Desculpe,
mas não me culpe por perder esse tempo
É
que me distraí com o meu violão
Paz Ilusão
A
paz é só um momento
Um
vento rápido no ar
Alivia
o calor do meu corpo
Depois
me deixa agonizar
Castidade
O
clamor de um corpo
Já
na flor da mocidade
Mas
a vila é forte
É
reduto da felicidade
Estranho
Há
em mim um ser estranho
Sem
origem nem sonhos
Só
presente tristeza ou alegria
Utopia
de felicidade
Apagado
diante das luzes
Da
cidade
Alheio
a qualquer possibilidade
Verdadeiro Sol
Quando
o sol aparecer
E o
céu estremecer sua estrutura
Se a
luz prevalecer
Aí
vai sobreviver a água pura
Gravetos
Um
facho de luz
Conduz-me
Com
o fecho de gravetos
Da
minha vida
Como
lenha do tempo
Que
entra e fecha a porta
Atrás
de mim
Vento de Agosto
O
rulhar das pombas
Acordou-me
São
oito da manhã
Abro
a janela
E os
raios entram
O
vento sopra
E me
lembra que é agosto
Cobiça
Ela
vem no ar
Voando
veloz
E
sagaz
Penetra
o olhar
Sugando
o sossego
O
desejo e a paz
Sobrenome
Quando
nasceu
Sua
mãe lhe deu
A
graça de um sobrenome
Um
nome alimentado,
Água
com maizena
Era
apenas o que tinha
Para
ser amamentado
Canção
Queria
uma canção
Para
falar do amor e da vida
Seria
uma canção
De
coração com alma partida
Com
lágrimas sim
E
dor só p’ra mim
Nuvens
sem fim
Uma
canção bem assim
Alter Ego
O
fogo que queima
Começa
numa centelha
Eu
réu condenado
Leopardo
em pele de ovelha
Coração Na Tempestade
Tempestade
que vêm no vento sul,
E me
cobre com seu manto cinza azul
Derrama
sua ira sobre mim,
Nessa
chuva de lágrimas sem fim
Essa
tempestade se vai para o norte
Brilhando
o sol, leva o gosto de morte
Leva de volta suas lágrimas ao céu
Deixa um sorriso nos meus lábios,
Leva de volta suas lágrimas ao céu
Deixa um sorriso nos meus lábios,
Gotas
de choro, com gosto de mel
Visita
a Minas
Subo
alto na montanha
Vejo
selva urbana, e um céu cinza-azul
O
vento sopra o meu rosto
E a
vida fica blue
O
cheiro de liberdade
Envolve
meu corpo inteiro
É
como canção rural, canto local
Canto
mineiro composto no estrangeiro
Calamidade
A
sociedade corroída
Com
a força do sal destruída
Calamidade
social
Sal
da ambição
Que
amarga o mel
Não
há pão do céu
Não
há mais nada
Só
um tiro no escuro
Sede
Ás
vezes enxergamos rios
Maiores
que nossas pontes
E
deixamos secar de vez o fio
De
água das nossas fontes
Quem
hoje não morre afogado
Amanhã
morrerá de sede
A
justiça não chove no molhado
E o
sol descolore teu verde
Tímido
Amor
O
amor está aqui
Tão
tímido a sorrir
Não
é evidente assim
Se
perceber pode fugir
A
luz tão brilhante
Inquietante
desse amor
A
cor de luz cintilante
Brilhante
como beija-flor
Universo
A
Lua que nua cora
Chora
ao reflexo de Marte
Suas
lágrimas explodem pelo universo
Como
os vapores de Europa
Mercúrio
está congelado
Derretendo
o coração
Que
Plutão não manifestou
A
Terra indignada fugiu da órbita
E
seu ciclo se fechou
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