Leh Rodrigues

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Brevidades Poéticas


Coleções Poéticas – Hudson Alexandre Leh Rodrigues

Velhas Lembranças  
A dor nasce
De velhas lembranças
Que a vida deixou tatuada
E a voz abafa

Um grito disfarçado
E o passado
Não dita mais nada

Reflexo
Vejo meu reflexo
No vidro da janela
De um ônibus lotado
São seis e meia

Estou tentando
Voltar para mim mesmo
Enquanto ainda é tempo
Liberto dessas teias

Vida
Na folia do tempo
Os raros amigos
Comem comigo
Na mesa da lealdade

Sorri para vida
Ela deu-me um beijo
Sem medo, espelho
Nem fantasia ou maldade

Jogo Da Vida
No jogo da vida
Não há derrota
Pois as cartas estão
Na manga da coragem

E na luta entre
Razão e sentimento
O tempo mostrará
Sua vantagem

Relicário
Vem e vislumbra o cenário
Fiz um relicário
P’ra lembrar nossa paz

Põe no pescoço
O teu relicário
Não guarde no armário
Nas noites de luar

Nova Emoção
Quero uma nova emoção
Que brote um sorriso lindo
Em seu coração
Sem fazer da cor distinção

Quero uma nova emoção
Que me queime ao sabor da paixão
Que louve o mar e a lua nua
E me dê um corpo são

Vaidade
Você que orbita
Em torno de alguém
Que se queima
No fogo da vaidade

Não vê que seu tempo
É fugaz, te traz
Em um segundo
O fruto amargo da infelicidade

O Troco
Se acha pouco
O que a vida te dá
Saiba é o troco
Que pode esperar
Por achar
Que não fez nada demais

Por tão pouco a conta virá
Pois o fogo
Não sabe esperar
Talvez não seja tarde
P’ra mudar

Amor...
Sem compromisso
É verbo ao vento
Corpo sem movimento
Que não diz coisa alguma

Falso juramento
Na dor é veneno
Falso sentimento
Que não diz coisa alguma

Ser Livre
A mente é prisão
De quem não sabe ser livre
O escravo não sobrevive
A essa canção

Na mão não se vê
Nenhuma esperança
Mas um facho de luz
Dá perseverança

Céu Escuro
Pode ser surreal
A mente de um cara sem sal
Mas o que posso
Esperar de um céu
Tão escuro

Tudo normal
Nuvens chuva                 
O dia sem sol
E um muro
Impede a minha visão
Do futuro

Brilho Natural
Não se encontra nas ruas
Nem na lua ou no ócio
Gema rara nessa vida
Escondida em teus olhos

Um brilho natural
Mais lindo que o cristal
O seu brilho diamante
Tem olhar dominante

Arrogância
Você pode ser 
Qualquer coisa que quiser
Só não pretenda
Ter aquilo que não puder
Arrogância é tropeço
O começo do final

Arco-Íris
As cores do arco-íris
Tocaram nossas emoções
É tempo de olhar nos meus olhos
Esquecer todo o ódio
Que feriu corações

Pedido
Ao céu eu fiz um pedido
Não viver sem ter você
E se me for concedido
Serei sua razão de ser

Agora faz sentido
Esse meu modo de viver
E se sonhar comigo
Não vai se arrepender    

Conflito
O conflito mata o jardim
Sem meio nem fim não acaba
Não da chance para a paz
Aqui se faz aqui se paga

Se...
Se pudesse voltar no tempo
Faria cada momento diferente 
Veria tanta coisa de modo divergente
Só não abriria mão das lições
Das belas lições da vida

Briga de Amor 
Tá certo não discordo mais
Do que se foi, do que ficou p’ra trás
De perto tudo é igual
Não faz mal se não quer ouvir

O silêncio é melhor que sofrer
Prefiro ser feliz e ceder
Por que te amor
Mesmo se custa a crer

Atmosfera
O vento faz-me planar
Rumo a qualquer lugar
Onde queira me encontrar

Lugar onde posso invadir
Sem consequência
O espaço sideral  
E voltar a atmosfera da vida
Sem que se queime minha essência

O Que é o Amor?   
O que é o romance,
Senão um homem e uma mulher
Se deliciando numa linda história de amor
E o que é o amor
Senão vidas que se cruzam
Enfrentando juntas
As existências em dor

Esperança  
O que é essa esperança,
Essa que nos conduz
Por trilhas estreitas
Com pequenos fachos de luz?

O Trem  
O trem da angústia já vai
O trem já vai partir
Leva a minha esperança
Que não se cansa do porvir

Para Teu Ser 
Toda a minha poesia
Inspira-me p’ra cantar o teu ser
E eu canto a sua existência
Essencialmente você

Romance 
Um romance desgastado
Desgastante
É como um livro do Neruda
Empoeirando na estante

Distração   
Desculpe, mas não me culpe por esse momento
É que eu me perdi no coração
Desculpe, mas não me culpe por perder esse tempo
É que me distraí com o meu violão

Paz Ilusão  
A paz é só um momento
Um vento rápido no ar
Alivia o calor do meu corpo
Depois me deixa agonizar

Castidade 
O clamor de um corpo
Já na flor da mocidade
Mas a vila é forte
É reduto da felicidade

Estranho 
Há em mim um ser estranho
Sem origem nem sonhos
Só presente tristeza ou alegria

Utopia de felicidade
Apagado diante das luzes
Da cidade
Alheio a qualquer possibilidade

Verdadeiro Sol 
Quando o sol aparecer
E o céu estremecer sua estrutura
Se a luz prevalecer
Aí vai sobreviver a água pura

Gravetos
Um facho de luz
Conduz-me
Com o fecho de gravetos

Da minha vida
Como lenha do tempo
Que entra e fecha a porta
Atrás de mim

Vento de Agosto
O rulhar das pombas
Acordou-me
São oito da manhã
Abro a janela
E os raios entram
O vento sopra
E me lembra que é agosto
  
Cobiça
Ela vem no ar
Voando veloz
E sagaz
Penetra o olhar
Sugando o sossego
O desejo e a paz

Sobrenome
Quando nasceu
Sua mãe lhe deu
A graça de um sobrenome
Um nome alimentado,
Água com maizena
Era apenas o que tinha
Para ser amamentado

Canção
Queria uma canção
Para falar do amor e da vida
Seria uma canção
De coração com alma partida

Com lágrimas sim
E dor só p’ra mim
Nuvens sem fim
Uma canção bem assim

Alter Ego
O fogo que queima
Começa numa centelha
Eu réu condenado
Leopardo em pele de ovelha

Coração Na Tempestade
Tempestade que vêm no vento sul,
E me cobre com seu manto cinza azul
Derrama sua ira sobre mim,
Nessa chuva de lágrimas sem fim

Essa tempestade se vai para o norte
Brilhando o sol, leva o gosto de morte
Leva de volta suas lágrimas ao céu
Deixa um sorriso nos meus lábios,
Gotas de choro, com gosto de mel

Visita a Minas
Subo alto na montanha
Vejo selva urbana, e um céu cinza-azul
O vento sopra o meu rosto
E a vida fica blue

O cheiro de liberdade
Envolve meu corpo inteiro
É como canção rural, canto local
Canto mineiro composto no estrangeiro

Calamidade
A sociedade corroída
Com a força do sal destruída
Calamidade social
Sal da ambição

Que amarga o mel
Não há pão do céu
Não há mais nada
Só um tiro no escuro

Sede
Ás vezes enxergamos rios
Maiores que nossas pontes
E deixamos secar de vez o fio
De água das nossas fontes

Quem hoje não morre afogado
Amanhã morrerá de sede
A justiça não chove no molhado
E o sol descolore teu verde

Tímido Amor
O amor está aqui
Tão tímido a sorrir
Não é evidente assim
Se perceber pode fugir

A luz tão brilhante
Inquietante desse amor
A cor de luz cintilante
Brilhante como beija-flor

Universo
A Lua que nua cora
Chora ao reflexo de Marte
Suas lágrimas explodem pelo universo
Como os vapores de Europa

Mercúrio está congelado
Derretendo o coração
Que Plutão não manifestou
A Terra indignada fugiu da órbita
E seu ciclo se fechou






















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