Estrela
Cadente – Hudson Alexandre Leh Rodrigues
Seus olhos gloriosos contemplaram
a luz
No brilho do sol e da lua.
Mas na escuridão de seu desejo
Amou as trevas.
E numa queda livre de estrela
obstinada
Sem controle afundou na lama do
tártaro.
Com a sutileza de uma serpente
Seduziu o coração da mulher.
Os homens contemplaram sua terra
De demônios alados e espíritos
rebeldes.
Como um dragão ele cuspiu fogo e
Poeira ácida na terra do sol
nascente.
Provocou com seu inverno ardente
A morte adolescente de uma cidade.
Imperou sobre todos os reinos
profanos
Dominou os olhos dos cegos e a
tola mão dos assassinos.
Deflorou a inocência em ritos de
fertilidade
Acalentou o desejo místico de
revelar os céus.
Com sacrifícios profanos em nome da
fertilidade e do amor,
Acalentou a esperança idólatra.
Aguçou a vaidade da beleza e da
ostentação
Lançou sobre a inocência toda
forma de indignação
Não há mais resquícios de seu odor
nas cortes encimadas
Os olhos da glória não fitam mais
sua presença
Ai da terra,
Que no desassossego das águas se
revolveram
Na extensão de seus dias deu a
humanidade
Um passado obscuro de ciência
O dia dorme em trevas sagradas
E um futuro que se vier
Será sombrio a todos aqueles
Que se curvaram à sua majestade
A estrela morrerá como uma
supernova
Desaparecerá na imensidão
Da inexistência sideral,
Sem nenhum vestígio de luz...
Nenhum comentário:
Postar um comentário