Leh Rodrigues

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Estrela Cadente - Hudson Alexandre Leh Rodrigues



Estrela Cadente – Hudson Alexandre Leh Rodrigues

Seus olhos gloriosos contemplaram a luz 
No brilho do sol e da lua.
Mas na escuridão de seu desejo
Amou as trevas.

E numa queda livre de estrela obstinada 
Sem controle afundou na lama do tártaro.
Com a sutileza de uma serpente
Seduziu o coração da mulher.

Os homens contemplaram sua terra
De demônios alados e espíritos rebeldes.
Como um dragão ele cuspiu fogo e
Poeira ácida na terra do sol nascente.

Provocou com seu inverno ardente
A morte adolescente de uma cidade.
Imperou sobre todos os reinos profanos 
Dominou os olhos dos cegos e a tola mão dos assassinos.

Deflorou a inocência em ritos de fertilidade 
Acalentou o desejo místico de revelar os céus.
Com sacrifícios profanos em nome da fertilidade e do amor,
Acalentou a esperança idólatra.

Aguçou a vaidade da beleza e da ostentação
Lançou sobre a inocência toda forma de indignação
Não há mais resquícios de seu odor nas cortes encimadas
Os olhos da glória não fitam mais sua presença

Ai da terra,
Que no desassossego das águas se revolveram
Na extensão de seus dias deu a humanidade
Um passado obscuro de ciência

O dia dorme em trevas sagradas
E um futuro que se vier
Será sombrio a todos aqueles
Que se curvaram à sua majestade

A estrela morrerá como uma supernova
Desaparecerá na imensidão
Da inexistência sideral,
Sem nenhum vestígio de luz...

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