Leh Rodrigues

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Eu Choro - Leh Rodrigues

                                               Eu Choro - Leh Rodrigues 
Eu choro...
Os heróis e pensadores
Que sucumbiram ás mãos do tempo
As escaras que brotam no divã
Dos intelectuais do vento.

A patologia latente
De uma mente poderosa
O gemido doente
De uma dor escandalosa

As lágrimas que caem lentas
Nos olhos da inanição
Os trilhos por onde caminham
Os caudilhos de uma nação

Eu choro....
Cada folha derrubada em vão
No chão seco do medo varonil
O fogo que se alastra rente
E nos guizos da serpente seduziu

O eco perdido nas cordilheiras
O grito surdo da comiseração
A inércia da misericórdia
Nos direitos torpes da corrupção

A seca da intolerância que mata
A seiva na língua reprimida
A fonte estéril que seca a luz
E reduz a esperança de uma vida

Eu choro....
Os sonhos perdidos
Na enxurrada de avenidas,
O plasma exaurido na luxúria
Dos becos escuros e sem saída.

O céu que chora plangente
Toda sua demente frustração
O escravo cego do preconceito cego
Cegueira da mente, alma e coração

A reverência mística
Á sombra de uma árvore,
A fúria de um deus ciumento
E o tempo cavalgando nas asas de uma nave

Eu choro...
A impotência opressora dos fracos,
E o naufrágio dos barcos errantes
Os filhos do psicotrópico
E o trópico de câncer

A distante ilha solitária
Em meio a um mar de confusão
O sol de sangue que se nasce
No ocaso do Japão

A fumaça que sufoca, a morte
O chicote que lambe com açoite
A mulher que chora calada
Na calada da noite






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