Eu Choro - Leh Rodrigues
Eu
choro...
Os
heróis e pensadores
Que
sucumbiram ás mãos do tempo
As
escaras que brotam no divã
Dos
intelectuais do vento.
A
patologia latente
De
uma mente poderosa
O
gemido doente
De
uma dor escandalosa
As
lágrimas que caem lentas
Nos
olhos da inanição
Os
trilhos por onde caminham
Os
caudilhos de uma nação
Eu
choro....
Cada
folha derrubada em vão
No
chão seco do medo varonil
O
fogo que se alastra rente
E
nos guizos da serpente seduziu
O
eco perdido nas cordilheiras
O
grito surdo da comiseração
A
inércia da misericórdia
Nos
direitos torpes da corrupção
A seca da intolerância que mata
A
seiva na língua reprimida
A
fonte estéril que seca a luz
E
reduz a esperança de uma vida
Eu
choro....
Os
sonhos perdidos
Na
enxurrada de avenidas,
O
plasma exaurido na luxúria
Dos
becos escuros e sem saída.
O
céu que chora plangente
Toda
sua demente frustração
O
escravo cego do preconceito cego
Cegueira
da mente, alma e coração
A
reverência mística
Á
sombra de uma árvore,
A
fúria de um deus ciumento
E
o tempo cavalgando nas asas de uma nave
Eu
choro...
A
impotência opressora dos fracos,
E
o naufrágio dos barcos errantes
Os
filhos do psicotrópico
E
o trópico de câncer
A
distante ilha solitária
Em
meio a um mar de confusão
O
sol de sangue que se nasce
No
ocaso do Japão
A
fumaça que sufoca, a morte
O
chicote que lambe com açoite
A
mulher que chora calada
Na
calada da noite
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