Leh Rodrigues

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Expiação - Leh Rodrigues



Expiação - Leh Rodrigues

Uma vida inteira de perdão,
Não será suficiente para apagar seus pecados.
Um oceano inteiro de misericórdia,
Não encobrirá sua culpa.
Um universo imenso de indulgências,
Jamais irá expiar o peso da sua consciência.
Seus pés caminham sobre plumas de chumbo.
Tem um lobo tatuado na alma
E a sombra de uma ovelha no coração.
Com as asas do devaneio,
Seus olhos percorrem com volúpia
Os deltas entre os dois pilares nus de edifícios sedutores.
Esperando que cachoeiras gozem sem parar
Numa queda livre de águas em tormento.
Esperando que olhos pagãos te queimem
Com a febre do verão em picos gêmeos e montes simétricos.
Imagens deturpadas se formam no horizonte da sua mente perturbada.
Ele se esconde em cavernas escuras em algum recôndito de sua mente.
Levita nas profundidades de um mar lamacento
Que o impede de emergir à superfície em busca ar
Então se lembra do dito proverbial:
"Bebe água da tua própria cisterna"
E sente a sombra da expiação sobre sua alma
Anda pela vida como os cães errantes da cidade
Caminha sobre um rio de sangue
Suas pegadas vão ficando impressas no tempo
Nunca foi capaz de guiar um cego por um caminho de luz
Vermes inquietantes da escuridão corrompem suas entranhas
Voa ser alado, para algum lugar do passado,
Resgata as indulgências dessa alma perdida....



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