Leh Rodrigues

terça-feira, 13 de junho de 2017

Um Céu Que Chora - Leh Rodrigues



Um Que Chora – Leh Rodrigues

As horas já estavam correndo
O tempo era absoluto,
Parecendo um velocista olímpico.
A ansiedade turbinava a mente
E a chuva caia forte e displicente,
Como se não houvesse mais nada abaixo de si.
Na superfície nada fazia sentido,
Mesmo assim,
Sonhos se iam com a enxurrada transbordante.
Todos se escondem embaixo de marquises
Ou se aventuram sob as árvores das ruas.
Relâmpagos e trovões são prenúncios
De que o céu chora por nós.
E essa torrente de lágrimas ácidas respinga em mim ao tocar o chão,
Eu me esquivo,
E não entendo o porquê do meu gesto,
Essa água não faz mais
Do que expiar toda a sujeira do meu corpo,
Todos os resíduos da minha alma contaminada
Pelos fluxos de minhas entranhas.
Todos se afugentam buscando alguma proteção dessa expiação celestial.
Mesmo sendo tão necessária,
Queria que fosse embora e desse lugar ao aconchegante sol de maio.
Aquele que me aquecia nas frescas tardes de outono.
Ela vai passar, ela está passando,
Ouço os últimos ecos dos trovões.
Ainda percebo os reflexos da glória celestial riscando o firmamento,
Em busca do chão...

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