"Sou apenas alguém comum que se atreveu a expressar espontaneamente o que vai na alma" Hudson Alexandre Rodrigues
Leh Rodrigues
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Delírio no Outro Lado do Éden - Leh Rodrigues
Delírio no Outro Lado do Éden – Leh Rodrigues
Da minha essência fiz nascer o sol
E um brilho de arrebol nos olhos seus
Te dei o paraíso, a perfeição e
coração.
Te dei tudo menos o que era meu
Quatro rios que corriam
Saciavam a sede do seu lar
Á noite te ofertava a lua,
Era sua em cada luar
As estrelas ante sua beleza
Se curvaram como damas de companhia
As flores aspiravam sua pele
Fosse o dia sua noite ou a noite o
seu dia
Das fontes do delta até o umbigo
Seu corpo vesti de pureza
O céu te dei como abrigo,
Há cada manhã haveria uma certeza
No jardim da vida
Tudo era festa de existência
No meio da obra de um Deus Rei
Havia a tentação da ciência
O belo se conformava a sua
silhueta
Por todo o lado o paraíso
Em cada canto, havia um canto
Que encantava seu sorriso
As cores primárias a sua volta
Eram verdes, azul e amarela
Seus olhos, cabelos e tez
Eram parte dessa aquarela
Te dei as riquezas da minha alma
Te dei o infinito e todo ouro de
Ofir,
Cantei versos de poesia
E nem assim quis me ouvir
Então um sussurro de serpente
Que de tão atraente tomou conta do
ar
Deslizando pela árvore da vida
Te prometeu o que não pude dar
Tanto a descobrir,
Tanto para desejar
Essa sombra te fez ver
O que ninguém podia enxergar
Então o doce se fez amargar
Teus olhos seduzidos se apagaram,
Como uma folha da árvore da vida
Caída no outono, seus sonhos
secaram
E no leste da entrada,
Há poder de querubim
Uma espada chamejando
Te libertou do meu jardim
Espinho é o que te resta
Nesse vale de abrolhos.
Onde
o amor mais puro
Já
não contempla os seus olhos
O doce fruto de sua ambição
Desceu pela minha garganta como
absinto
Agora eu sinto do meu infinito
Tua eterna ausência
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Natureza Humana - Leh Rodrigues
Natureza Humana – Leh Rodrigues
O homem nasce doente
Demente, vida insana
Inclinação decaída
Da natureza humana
No início, a ganância
Ânsia de independência
Desejo descomedido
Sedução, desobediência
Depois o ciúme
A cólera do insensato
Nefando fratricídio
Primeiro assassinato
Daí por diante
Piora a situação
Angústia, tristeza, dor
Desespero e aflição
Futuro, decadência
Total desesperança
Justiça se oculta
E o mal vira festança
O vírus da corrupção
A doença inicial
Moderna sociedade
Doente terminal
Deste estado patogênico
O alto há de nos curar
Do céu vem o remédio
Para nos purificar
A cura desce hoje
É do Monte que emana
Aperfeiçoando para sempre
A natureza humana
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
domingo, 23 de julho de 2017
E Se... - Leh Rodrigues
E Se... – Leh Rodrigues
E se
o sol não mais nascer
O
jardim não florescer em nós
E se
secar a paisagem?
O
amor será só uma miragem em nós
Aí
está tudo perdido
E se
morrer a poesia
Do
canto de uma cotovia
E se
a vida não vibrar
Com
as boas coisas que o céu nos dá
Ninguém
será eximido
A
vida nem sempre é folhetim de amor
Viva
intensamente o que lhe restou
As flores
secam tão depressa
E se
a fome não passar
A
guerra já não lamentar o horror
E se
a criança não chorar
No
peito que só brota o rancor
Aí
está tudo perdido!
E se
a derrota fez caminho
O
vinho já não torna o dia bom
E se
um beijo não bastar
Os
olhos tristes não enxergarão
A dor
levando a vida
sábado, 24 de junho de 2017
Tanto e Tão Pouco - Leh Rodrigues
Tanto e Tão Pouco
– Leh Rodrigues
Há
pouca terra pra tanta cerca
Muita
seca pra pouca água
Pouca
riqueza pra tanta ganância
Pouco
estômago e muita mágoa
Pouca
vida e tantos sonhos
Muitos
corações e pouco sentimento
Muita
cama e pouco sono
Mais
cabeça que pensamento
Muita
fantasia pra pouco carnaval
Muita
máxima e pouca poesia
Muitos
lábios, pouco sorriso
Muito
riso e pouca alegria
Há
muita boca pra pouco alimento
Pouca
roupa para tantos corpos
Tanta
língua, pouca verdade
Tanta
tempestade pra poucos copos
Tanta
ciência tão pouca consciência
Poucas
sepulturas pra tanta podridão
Muita
devoção, pouca santidade
Pouca
sinceridade e muita religião
Pouco
favor muita reclamação
Pouco
amor e muita ingratidão
Muita
acorde, pouca melodia
Pouco
dia pra muita escuridão
Muitas
pontes e poucos rios
Tanta
lógica e pouco nexo
Pouco
esforço, muito poder
Pouca
libido e muito sexo
Muito
passado pra pouco presente
Muito
muro e pouca visão
Pouco
agora pra muito futuro
Muito
juro pouca compaixão
Muita
favela pra pouca mansão
Tantos
olhos tão pouca atenção
Muitos
carros, pouca gasolina
Pouca
mina pra tanta exploração
quinta-feira, 15 de junho de 2017
Fantasmas - Leh Rodrigues
Fantasmas
– Leh Rodrigues
Tantos
fantasmas assombram a vida
Mas
não preciso de ansiolíticos
Me
bastam apenas um pensamento bíblico
Ou
um folk do Dylan
Preciso
de uma saída
Não
uma fuga num prato de comida
Apenas
um sorriso de um olhar amigo
Nada
mais que a sombra de uma árvore
E
a brisa suave que sopra doce em minha face
Constrangida
pelo calor desse sol acima
Preciso
apenas de uma gota de vida
Nuvens
e chuva, relâmpagos e trovões,
Onde
foi parar o arco-íris?
Não
quero ficar entorpecido com artifícios,
Quero
apenas o beijo do amor nos meus lábios
Quero
brilho nos olhos de quem amo
Não
quero a neurose louca da razão
Ou
o descontrole demente dos que se acham sãos
Quero
me agarrar à vida
Assim
como uma folha se apega ao ramo
Em
busca da seiva de uma esperança viva
Quero
que correnteza de sentimentos bons
Fluam
em forma de letras e acordes do meu coração
Não
quero ser astro, nem estrela
Quero
apenas vomitar das minhas entranhas
Toda
a ânsia em forma de poema ou canção.
Expiação - Leh Rodrigues
Expiação
- Leh Rodrigues
Uma vida inteira de perdão,
Não será suficiente para apagar
seus pecados.
Um oceano inteiro de misericórdia,
Não encobrirá sua culpa.
Um universo imenso de
indulgências,
Jamais irá expiar o peso da sua
consciência.
Seus pés caminham sobre plumas de
chumbo.
Tem um lobo tatuado na alma
E a sombra de uma ovelha no
coração.
Com as asas do devaneio,
Seus olhos percorrem com volúpia
Os deltas entre os dois pilares
nus de edifícios sedutores.
Esperando que cachoeiras gozem sem
parar
Numa queda livre de águas em
tormento.
Esperando que olhos pagãos te
queimem
Com a febre do verão em picos
gêmeos e montes simétricos.
Imagens deturpadas se formam no
horizonte da sua mente perturbada.
Ele se esconde em cavernas escuras
em algum recôndito de sua mente.
Levita nas profundidades de um mar
lamacento
Que o impede de emergir à
superfície em busca ar
Então se lembra do dito
proverbial:
"Bebe água da tua própria
cisterna"
E sente a sombra da expiação sobre
sua alma
Anda pela vida como os cães
errantes da cidade
Caminha sobre um rio de sangue
Suas pegadas vão ficando impressas
no tempo
Nunca foi capaz de guiar um cego
por um caminho de luz
Vermes inquietantes da escuridão
corrompem suas entranhas
Voa ser alado, para algum lugar do
passado,
Resgata as indulgências dessa alma
perdida....
Eu Choro - Leh Rodrigues
Eu Choro - Leh Rodrigues
Eu
choro...
Os
heróis e pensadores
Que
sucumbiram ás mãos do tempo
As
escaras que brotam no divã
Dos
intelectuais do vento.
A
patologia latente
De
uma mente poderosa
O
gemido doente
De
uma dor escandalosa
As
lágrimas que caem lentas
Nos
olhos da inanição
Os
trilhos por onde caminham
Os
caudilhos de uma nação
Eu
choro....
Cada
folha derrubada em vão
No
chão seco do medo varonil
O
fogo que se alastra rente
E
nos guizos da serpente seduziu
O
eco perdido nas cordilheiras
O
grito surdo da comiseração
A
inércia da misericórdia
Nos
direitos torpes da corrupção
A seca da intolerância que mata
A
seiva na língua reprimida
A
fonte estéril que seca a luz
E
reduz a esperança de uma vida
Eu
choro....
Os
sonhos perdidos
Na
enxurrada de avenidas,
O
plasma exaurido na luxúria
Dos
becos escuros e sem saída.
O
céu que chora plangente
Toda
sua demente frustração
O
escravo cego do preconceito cego
Cegueira
da mente, alma e coração
A
reverência mística
Á
sombra de uma árvore,
A
fúria de um deus ciumento
E
o tempo cavalgando nas asas de uma nave
Eu
choro...
A
impotência opressora dos fracos,
E
o naufrágio dos barcos errantes
Os
filhos do psicotrópico
E
o trópico de câncer
A
distante ilha solitária
Em
meio a um mar de confusão
O
sol de sangue que se nasce
No
ocaso do Japão
A
fumaça que sufoca, a morte
O
chicote que lambe com açoite
A
mulher que chora calada
Na
calada da noite
Marionetes e Fantoches - Leh Rodrigues
Marionetes e Fantoches - Leh Rodrigues
Eles vivem em um cenário
surrealista.
Um teatro a céu aberto, onde
sustentam-se máscaras como em um baile de Veneza.
Onde a falsa beleza impera nas
vitrines coloridas da vaidade.
Onde roubam a inocência das almas
desarmadas.
É um cenário onde não há mais
idealismos reais e onde os discursos de igualdade não saem realmente do
coração.
Um teatro de fantasias e ilusões
se apresentam a eles, uma plateia anestesiada, extasiada, entorpecida pelo ópio
das expectativas que nunca alcançam.
Esse é o mundo deles.
Esse é o mundo, que molda o ser, a
partir do fio umbilical, da palmada arbitrária que faz entrar pelas entranhas o
primeiro sopro de ar, o primeiro choro, que dá início a vida.
Doravante, teorias e práticas,
verdades e mentiras, vícios e virtudes se ocuparão deles, formando a sua
humanidade.
Nas suas instituições serão
doutrinados para o bem coletivo.
Ouvirão discursos sobre liberdade
e outros clichés que darão sentido a sua jornada.
Em alguns lugares, muitos não terão
esse privilégio, pois não haverá sequer comida para a formação biológica.
Quanto mais demagogias de formação
de caráter social.
Eles têm bons professores que
patinam em meio a esse círculo vicioso de ideias e inovações. Mas eles mesmos
não passam de vítimas do sistema.
É um mundo em que marionetes e
fantoches governam, sob o cetro de príncipes covardes que vivem escondidos nas
cavernas do imaginário secular.
São como serpentes do deserto,
camuflados, esperando o momento do bote.
Eles vivem em um cenário de belos
arranha-céus mundo afora, disputando entre si a proeminência dos gananciosos e
soberbos.
Um mundo onde a burguesia,
religião e política vivem um ménage.
Embora seja uma relação estéril na
terra da justiça, produzem filhos corruptos no solo da maldade.
É um mundo onde a globalização
leva a realidade pela mídia, mas estão todos entorpecidos no seu mundo
particular para fazer mais do que chorar as desgraças mundo afora.
A indiferença seca suas lágrimas e
voltam ao leito, como se fosse um divã da consciência.
Todo o seu desenvolvimento humano
é creditado a uma teoria de seleção natural e explosão espontânea, como se
criação e criador fossem a mesma coisa, ao mesmo tempo do outro lado o caos
espontâneo impera em solo sagrado.
Eles labutam na esperança de um
futuro melhor para sua prole. Eles morrem aos montes, como moscas ingerindo
pesticidas, e ainda assim sentem-se, indestrutíveis, como se fossem imortais.
Sobrevivem de filosofias de autoconhecimento, se alimentam da luxúria, da carne
podre da sua cultura de vanguarda.
Há um cheiro podre no ar, há um
cheiro de enxofre vindo do mar...
terça-feira, 13 de junho de 2017
Um Céu Que Chora - Leh Rodrigues
Um Que Chora – Leh Rodrigues
As horas já estavam correndo
O tempo era absoluto,
Parecendo um velocista olímpico.
A ansiedade turbinava a mente
E a chuva caia forte e
displicente,
Como se não houvesse mais nada
abaixo de si.
Na superfície nada fazia sentido,
Mesmo assim,
Sonhos se iam com a enxurrada
transbordante.
Todos se escondem embaixo de
marquises
Ou se aventuram sob as árvores das
ruas.
Relâmpagos e trovões são
prenúncios
De que o céu chora por nós.
E essa torrente de lágrimas ácidas
respinga em mim ao tocar o chão,
Eu me esquivo,
E não entendo o porquê do meu
gesto,
Essa água não faz mais
Do que expiar toda a sujeira do
meu corpo,
Todos os resíduos da minha alma
contaminada
Pelos fluxos de minhas entranhas.
Todos se afugentam buscando alguma
proteção dessa expiação celestial.
Mesmo sendo tão necessária,
Queria que fosse embora e desse
lugar ao aconchegante sol de maio.
Aquele que me aquecia nas frescas tardes
de outono.
Ela vai passar, ela está passando,
Ouço os últimos ecos dos trovões.
Ainda percebo os reflexos da
glória celestial riscando o firmamento,
Em busca do chão...
sábado, 3 de junho de 2017
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Diego e Ana - Leh Rodrigues
Diego e Ana – Leh
Rodrigues
Na escola, da amizade
Sempre nasce uma flor
Entre livros e amigos
A cumplicidade tem
A idade do amor
Quem sabe quanto tempo
Leva para crescer?
É um segredo que se abre
Ao longo dos anos
Sem enganos no sofrer
Mais que amor platônico
Bem mais que simples sonho
Sem medo, puro e sem pecado
Razão reclama
O amor não engana
Paixão que chama
Diego e Ana
O encontro duas vidas
E uma busca espiritual
Entre risos e olhares
Tão inocentes
Há sementes de um grande amor
Quem sabe quanto tempo
Se pode durar?
Há um segredo que se abre
Ao longo dos anos
E cada ano irá eternizar
Maior que a primavera
Bem maior que a longa espera
Diego, o amor e Ana
sábado, 20 de maio de 2017
Só Uma Rua Num Dia de Chuva - Leh Rodrigues
Só Uma Rua Num Dia De Chuva – Leh Rodrigues
A
chuva fina cai calma e contínua
Uma
mulher velha anda de cabeça baixa
Na
mão a sacola de compra
Com
o peso de sua angústia
Anda
no meio da rua
Dona
do seu lugar.
Vem
um bêbado
Tropeçando
no meio-fio
Equilibrando-se
Na
fragilidade das trêmulas pernas
Come
seu pão molhado
E
enrugado com ar de miséria.
Dentro
do carro o pára-brisa
Está
embaçado
Mesmo
assim
Tenho
uma visão clara desse mundo
Do
qual não pertenço.
No
rádio um som de protesto
Uma
voz negra
Enche
meus ouvidos
E
cala no coração.
Lá
fora o tempo é frio
O
peito queima, há um calor nos olhos
O
suor corre pelo meu corpo
Num
contraste estranho.
Um
sábado no meio
No
bar há um homem vazio,
Com seu copo cheio,
À
espera da mulher vaidosa
De
uma hora vaidosa no cabeleireiro.
Morre
primeiro o pensamento
Renasce
uma palavra
Retorna
a visão daquela rua
Que
se movimenta diante
Dos
meus olhos ardentes.
Agora,
moças deselegantes
Passam
sem parar
Contando
suas vantagens juvenis
Embaixo
do guarda-chuva
Como
se isso
Fosse
tudo o que há na vida.
Os
carros passam
Num
silêncio mórbido
Pelas
ruas incertas
Dessa
pequena cidade incerta
Sem
se preocupar
Com
a passagem do tempo
Sem
pensar na hora certa.
O
pai traz sua filhinha no colo
Protegida
pelos seus braços cansados
Como
se ali o amanhã
Estivesse
garantido
Como
se a chuva
Não
molhasse sua esperança
Um
olhar embriagado
Fita-me
de dentro do bar
Como
se questionasse
A
minha existência naquele lugar.
Minha
própria imagem no retrovisor
Questiona
minha existência
Em
qualquer lugar.
As
casas dessa rua
Não
são imóveis;
Deterioram-se
em seu ambiente
Na
passagem lenta do tempo;
Uma
falsa sensação de segurança
Ocupa
seus cômodos,
Pois
em algum lugar
Todo
dia cai uma fortaleza.
É
uma chuva fina, calma, mas contínua
A
espera é longa
A
vaidade é complexa
A
mente é complexa e viaja,
Pelas
dimensões dessa rua estreita,
Encharcada
com as lágrimas do céu,
Desse
povo brejeiro, que se alimenta,
De
um cigarro,
E um
copo de cerveja gelada.
Uma
mulher trás consigo uma criança,
Vem
resgatar o seu amor do fogo,
Perdido
no bar,
Entre
brumas tóxicas.
Então
outra canção,
Invade
os meus ouvidos,
A
boa e velha canção rock n’ roll
Estranha
nesse reduto
De
música caipira.
Os
carros silenciosos não param
Como
se o dia não tivesse fim,
Pessoas,
guarda-chuvas, vão e vem,
Como
se a chuva não terminasse nunca
Como
se a vida não
tivesse fim
Como
se espera não fosse tão ruim.
Uma
criança atravessa a rua correndo,
Em
direção ao bar;
Um
misto de medo e ansiedade
Como
se o seu futuro,
Não
fosse alcançado,
Correndo
em busca do pai,
Que
volta para o bar.
Vai
perpetuar tal conduta
No
gene de sua geração;
Um
cigarro,
E um
copo de cerveja gelada.
Na
porta sua futura esposa,
Á
espera de seu amor,
Dividido
entre presente e passado;
No
fundo do copo;
Morto
o seu futuro.
Do
corpo entorpecido,
Descarrega
o resíduo de sua miséria
Em
algum muro dessa rua
Já
molhada.
Vai
levar o cheiro,
Para
sua cama,
E
aquela que o ama vai chorar,
Como
chora o céu sobre essa rua,
Uma
chuva fina, calma, mas contínua.
Na
vitrine de uma loja
A
ilusão de um rosto bonito
Vendendo
beleza
Um
casal de namorado,
Andam
abraçados
Na
espera de um dia de sol
Como
se a paixão
Não
apagasse em tempo ruim.
Um
ciclista passa despreocupado,
Como
se não chovesse,
Como
se a luz do sol
Fosse
aparecer a qualquer momento.
Equilibra-se
nas rodas da modéstia,
Debaixo
dessa rua molhada
Encharcada
pela pretensão
Do
meu olhar.
A
porta do carro se abre
Um rosto
vaidoso
Num
cabelo de luz,
Ilumina
o interior;
Dou
partida e sigo,
Entre
os carros silenciosos,
Deixando
tudo para trás:
A
cidade, aquela gente brejeira.
Era
só uma rua,
Num
dia de chuva, fina, calma, mas contínua....
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