Leh Rodrigues

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Entre Dores e Flores - Leh Rodrigues

Delírio no Outro Lado do Éden - Leh Rodrigues


Delírio no Outro Lado do Éden – Leh Rodrigues

Da minha essência fiz nascer o sol
E um brilho de arrebol nos olhos seus
Te dei o paraíso, a perfeição e coração.
Te dei tudo menos o que era meu

Quatro rios que corriam
Saciavam a sede do seu lar
Á noite te ofertava a lua,
Era sua em cada luar

As estrelas ante sua beleza
Se curvaram como damas de companhia
As flores aspiravam sua pele
Fosse o dia sua noite ou a noite o seu dia

Das fontes do delta até o umbigo
Seu corpo vesti de pureza
O céu te dei como abrigo,
Há cada manhã haveria uma certeza

No jardim da vida
Tudo era festa de existência
No meio da obra de um Deus Rei
Havia a tentação da ciência

O belo se conformava a sua silhueta
Por todo o lado o paraíso
Em cada canto, havia um canto
Que encantava seu sorriso

As cores primárias a sua volta
Eram verdes, azul e amarela
Seus olhos, cabelos e tez
Eram parte dessa aquarela

Te dei as riquezas da minha alma
Te dei o infinito e todo ouro de Ofir,
Cantei versos de poesia  
E nem assim quis me ouvir

Então um sussurro de serpente
Que de tão atraente tomou conta do ar
Deslizando pela árvore da vida
Te prometeu o que não pude dar

Tanto a descobrir,
Tanto para desejar
Essa sombra te fez ver
O que ninguém podia enxergar

Então o doce se fez amargar
Teus olhos seduzidos se apagaram,
Como uma folha da árvore da vida
Caída no outono, seus sonhos secaram

E no leste da entrada,
Há poder de querubim
Uma espada chamejando
Te libertou do meu jardim

Espinho é o que te resta
Nesse vale de abrolhos.
Onde o amor mais puro
Já não contempla os seus olhos  


O doce fruto de sua ambição
Desceu pela minha garganta como absinto
Agora eu sinto do meu infinito

Tua eterna ausência


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Natureza Humana - Leh Rodrigues



                                  Natureza Humana – Leh Rodrigues
                                                   
O homem nasce doente
Demente, vida insana
Inclinação decaída
Da natureza humana

No início, a ganância
Ânsia de independência
Desejo descomedido
Sedução, desobediência

Depois o ciúme
A cólera do insensato
Nefando fratricídio
Primeiro assassinato

Daí por diante
Piora a situação
Angústia, tristeza, dor
Desespero e aflição

Futuro, decadência
Total desesperança
Justiça se oculta
E o mal vira festança

O vírus da corrupção
A doença inicial
Moderna sociedade
Doente terminal

Deste estado patogênico
O alto há de nos curar
Do céu vem o remédio
Para nos purificar

A cura desce hoje
É do Monte que emana
Aperfeiçoando para sempre
A natureza humana



domingo, 23 de julho de 2017

E Se... - Leh Rodrigues


E Se... –  Leh Rodrigues

E se o sol não mais nascer
O jardim não florescer em nós
E se secar a paisagem?
O amor será só uma miragem em nós
Aí está tudo perdido

E se morrer a poesia
Do canto de uma cotovia
E se a vida não vibrar
Com as boas coisas que o céu nos dá
Ninguém será eximido

A vida nem sempre é folhetim de amor
Viva intensamente o que lhe restou
As flores secam tão depressa

E se a fome não passar                                 
A guerra já não lamentar o horror
E se a criança não chorar
No peito que só brota o rancor
Aí está tudo perdido!

E se a derrota fez caminho                                 
O vinho já não torna o dia bom
E se um beijo não bastar
Os olhos tristes não enxergarão
A dor levando a vida  

Para Ser Amor - Leh Rodrigues

sábado, 24 de junho de 2017

Tanto e Tão Pouco - Leh Rodrigues


Tanto e Tão Pouco – Leh Rodrigues

Há pouca terra pra tanta cerca
Muita seca pra pouca água
Pouca riqueza pra tanta ganância
Pouco estômago e muita mágoa

Pouca vida e tantos sonhos
Muitos corações e pouco sentimento
Muita cama e pouco sono
Mais cabeça que pensamento

Muita fantasia pra pouco carnaval
Muita máxima e pouca poesia
Muitos lábios, pouco sorriso
Muito riso e pouca alegria

Há muita boca pra pouco alimento
Pouca roupa para tantos corpos
Tanta língua, pouca verdade
Tanta tempestade pra poucos copos

Tanta ciência tão pouca consciência
Poucas sepulturas pra tanta podridão
Muita devoção, pouca santidade
Pouca sinceridade e muita religião

Pouco favor muita reclamação
Pouco amor e muita ingratidão
Muita acorde, pouca melodia
Pouco dia pra muita escuridão

Muitas pontes e poucos rios
Tanta lógica e pouco nexo
Pouco esforço, muito poder
Pouca libido e muito sexo

Muito passado pra pouco presente
Muito muro e pouca visão
Pouco agora pra muito futuro
Muito juro pouca compaixão

Muita favela pra pouca mansão
Tantos olhos tão pouca atenção
Muitos carros, pouca gasolina
Pouca mina pra tanta exploração



quinta-feira, 15 de junho de 2017

Fantasmas - Leh Rodrigues


Fantasmas – Leh Rodrigues

Tantos fantasmas assombram a vida
Mas não preciso de ansiolíticos
Me bastam apenas um pensamento bíblico
Ou um folk do Dylan
Preciso de uma saída
Não uma fuga num prato de comida
Apenas um sorriso de um olhar amigo
Nada mais que a sombra de uma árvore
E a brisa suave que sopra doce em minha face
Constrangida pelo calor desse sol acima
Preciso apenas de uma gota de vida
Nuvens e chuva, relâmpagos e trovões,
Onde foi parar o arco-íris?
Não quero ficar entorpecido com artifícios,
Quero apenas o beijo do amor nos meus lábios
Quero brilho nos olhos de quem amo
Não quero a neurose louca da razão  
Ou o descontrole demente dos que se acham sãos
Quero me agarrar à vida
Assim como uma folha se apega ao ramo
Em busca da seiva de uma esperança viva
Quero que correnteza de sentimentos bons
Fluam em forma de letras e acordes do meu coração
Não quero ser astro, nem estrela
Quero apenas vomitar das minhas entranhas
Toda a ânsia em forma de poema ou canção. 

Expiação - Leh Rodrigues



Expiação - Leh Rodrigues

Uma vida inteira de perdão,
Não será suficiente para apagar seus pecados.
Um oceano inteiro de misericórdia,
Não encobrirá sua culpa.
Um universo imenso de indulgências,
Jamais irá expiar o peso da sua consciência.
Seus pés caminham sobre plumas de chumbo.
Tem um lobo tatuado na alma
E a sombra de uma ovelha no coração.
Com as asas do devaneio,
Seus olhos percorrem com volúpia
Os deltas entre os dois pilares nus de edifícios sedutores.
Esperando que cachoeiras gozem sem parar
Numa queda livre de águas em tormento.
Esperando que olhos pagãos te queimem
Com a febre do verão em picos gêmeos e montes simétricos.
Imagens deturpadas se formam no horizonte da sua mente perturbada.
Ele se esconde em cavernas escuras em algum recôndito de sua mente.
Levita nas profundidades de um mar lamacento
Que o impede de emergir à superfície em busca ar
Então se lembra do dito proverbial:
"Bebe água da tua própria cisterna"
E sente a sombra da expiação sobre sua alma
Anda pela vida como os cães errantes da cidade
Caminha sobre um rio de sangue
Suas pegadas vão ficando impressas no tempo
Nunca foi capaz de guiar um cego por um caminho de luz
Vermes inquietantes da escuridão corrompem suas entranhas
Voa ser alado, para algum lugar do passado,
Resgata as indulgências dessa alma perdida....



Eu Choro - Leh Rodrigues

                                               Eu Choro - Leh Rodrigues 
Eu choro...
Os heróis e pensadores
Que sucumbiram ás mãos do tempo
As escaras que brotam no divã
Dos intelectuais do vento.

A patologia latente
De uma mente poderosa
O gemido doente
De uma dor escandalosa

As lágrimas que caem lentas
Nos olhos da inanição
Os trilhos por onde caminham
Os caudilhos de uma nação

Eu choro....
Cada folha derrubada em vão
No chão seco do medo varonil
O fogo que se alastra rente
E nos guizos da serpente seduziu

O eco perdido nas cordilheiras
O grito surdo da comiseração
A inércia da misericórdia
Nos direitos torpes da corrupção

A seca da intolerância que mata
A seiva na língua reprimida
A fonte estéril que seca a luz
E reduz a esperança de uma vida

Eu choro....
Os sonhos perdidos
Na enxurrada de avenidas,
O plasma exaurido na luxúria
Dos becos escuros e sem saída.

O céu que chora plangente
Toda sua demente frustração
O escravo cego do preconceito cego
Cegueira da mente, alma e coração

A reverência mística
Á sombra de uma árvore,
A fúria de um deus ciumento
E o tempo cavalgando nas asas de uma nave

Eu choro...
A impotência opressora dos fracos,
E o naufrágio dos barcos errantes
Os filhos do psicotrópico
E o trópico de câncer

A distante ilha solitária
Em meio a um mar de confusão
O sol de sangue que se nasce
No ocaso do Japão

A fumaça que sufoca, a morte
O chicote que lambe com açoite
A mulher que chora calada
Na calada da noite






Marionetes e Fantoches - Leh Rodrigues

 Marionetes e Fantoches - Leh Rodrigues
Eles vivem em um cenário surrealista.
Um teatro a céu aberto, onde sustentam-se máscaras como em um baile de Veneza.
Onde a falsa beleza impera nas vitrines coloridas da vaidade.
Onde roubam a inocência das almas desarmadas.
É um cenário onde não há mais idealismos reais e onde os discursos de igualdade não saem realmente do coração.
Um teatro de fantasias e ilusões se apresentam a eles, uma plateia anestesiada, extasiada, entorpecida pelo ópio das expectativas que nunca alcançam.
Esse é o mundo deles.
Esse é o mundo, que molda o ser, a partir do fio umbilical, da palmada arbitrária que faz entrar pelas entranhas o primeiro sopro de ar, o primeiro choro, que dá início a vida. 
Doravante, teorias e práticas, verdades e mentiras, vícios e virtudes se ocuparão deles, formando a sua humanidade.
Nas suas instituições serão doutrinados para o bem coletivo.
Ouvirão discursos sobre liberdade e outros clichés que darão sentido a sua jornada.
Em alguns lugares, muitos não terão esse privilégio, pois não haverá sequer comida para a formação biológica.
Quanto mais demagogias de formação de caráter social.
Eles têm bons professores que patinam em meio a esse círculo vicioso de ideias e inovações. Mas eles mesmos não passam de vítimas do sistema.
É um mundo em que marionetes e fantoches governam, sob o cetro de príncipes covardes que vivem escondidos nas cavernas do imaginário secular.
São como serpentes do deserto, camuflados, esperando o momento do bote.
Eles vivem em um cenário de belos arranha-céus mundo afora, disputando entre si a proeminência dos gananciosos e soberbos.
Um mundo onde a burguesia, religião e política vivem um ménage.
Embora seja uma relação estéril na terra da justiça, produzem filhos corruptos no solo da maldade.
É um mundo onde a globalização leva a realidade pela mídia, mas estão todos entorpecidos no seu mundo particular para fazer mais do que chorar as desgraças mundo afora.
A indiferença seca suas lágrimas e voltam ao leito, como se fosse um divã da consciência.
Todo o seu desenvolvimento humano é creditado a uma teoria de seleção natural e explosão espontânea, como se criação e criador fossem a mesma coisa, ao mesmo tempo do outro lado o caos espontâneo impera em solo sagrado.
Eles labutam na esperança de um futuro melhor para sua prole. Eles morrem aos montes, como moscas ingerindo pesticidas, e ainda assim sentem-se, indestrutíveis, como se fossem imortais. Sobrevivem de filosofias de autoconhecimento, se alimentam da luxúria, da carne podre da sua cultura de vanguarda.
Há um cheiro podre no ar, há um cheiro de enxofre vindo do mar...

terça-feira, 13 de junho de 2017

Um Céu Que Chora - Leh Rodrigues



Um Que Chora – Leh Rodrigues

As horas já estavam correndo
O tempo era absoluto,
Parecendo um velocista olímpico.
A ansiedade turbinava a mente
E a chuva caia forte e displicente,
Como se não houvesse mais nada abaixo de si.
Na superfície nada fazia sentido,
Mesmo assim,
Sonhos se iam com a enxurrada transbordante.
Todos se escondem embaixo de marquises
Ou se aventuram sob as árvores das ruas.
Relâmpagos e trovões são prenúncios
De que o céu chora por nós.
E essa torrente de lágrimas ácidas respinga em mim ao tocar o chão,
Eu me esquivo,
E não entendo o porquê do meu gesto,
Essa água não faz mais
Do que expiar toda a sujeira do meu corpo,
Todos os resíduos da minha alma contaminada
Pelos fluxos de minhas entranhas.
Todos se afugentam buscando alguma proteção dessa expiação celestial.
Mesmo sendo tão necessária,
Queria que fosse embora e desse lugar ao aconchegante sol de maio.
Aquele que me aquecia nas frescas tardes de outono.
Ela vai passar, ela está passando,
Ouço os últimos ecos dos trovões.
Ainda percebo os reflexos da glória celestial riscando o firmamento,
Em busca do chão...

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Diego e Ana - Leh Rodrigues



Diego e Ana – Leh Rodrigues


Na escola, da amizade
Sempre nasce uma flor
Entre livros e amigos
A cumplicidade tem
A idade do amor

Quem sabe quanto tempo
Leva para crescer?
É um segredo que se abre
Ao longo dos anos
Sem enganos no sofrer

Mais que amor platônico
Bem mais que simples sonho
Sem medo, puro e sem pecado

Razão reclama
O amor não engana
Paixão que chama
Diego e Ana

O encontro duas vidas
E uma busca espiritual
Entre risos e olhares
Tão inocentes
Há sementes de um grande amor

Quem sabe quanto tempo
Se pode durar?
Há um segredo que se abre
Ao longo dos anos
E cada ano irá eternizar

Maior que a primavera
Bem maior que a longa espera
Diego, o amor e Ana



sábado, 20 de maio de 2017

Só Uma Rua Num Dia de Chuva - Leh Rodrigues



                                    Só Uma Rua Num Dia De Chuva – Leh Rodrigues


A chuva fina cai calma e contínua
Uma mulher velha anda de cabeça baixa
Na mão a sacola de compra
Com o peso de sua angústia
Anda no meio da rua
Dona do seu lugar.

Vem um bêbado
Tropeçando no meio-fio
Equilibrando-se
Na fragilidade das trêmulas pernas
Come seu pão molhado
E enrugado com ar de miséria.

Dentro do carro o pára-brisa
Está embaçado
Mesmo assim
Tenho uma visão clara desse mundo
Do qual não pertenço.

No rádio um som de protesto
Uma voz negra
Enche meus ouvidos
E cala no coração.
Lá fora o tempo é frio
O peito queima, há um calor nos olhos
O suor corre pelo meu corpo
Num contraste estranho.

Um sábado no meio
No bar há um homem vazio, 
Com seu copo cheio,
À espera da mulher vaidosa
De uma hora vaidosa no cabeleireiro.

Morre primeiro o pensamento
Renasce uma palavra
Retorna a visão daquela rua
Que se movimenta diante
Dos meus olhos ardentes.

Agora, moças deselegantes
Passam sem parar
Contando suas vantagens juvenis
Embaixo do guarda-chuva
Como se isso
Fosse tudo o que há na vida.

Os carros passam 
Num silêncio mórbido
Pelas ruas incertas
Dessa pequena cidade incerta
Sem se preocupar
Com a passagem do tempo
Sem pensar na hora certa.

O pai traz sua filhinha no colo
Protegida pelos seus braços cansados
Como se ali o amanhã
Estivesse garantido
Como se a chuva
Não molhasse sua esperança

Um olhar embriagado
Fita-me de dentro do bar
Como se questionasse
A minha existência naquele lugar.
Minha própria imagem no retrovisor
Questiona minha existência
Em qualquer lugar.

As casas dessa rua
Não são imóveis;
Deterioram-se em seu ambiente
Na passagem lenta do tempo;
Uma falsa sensação de segurança
Ocupa seus cômodos,
Pois em algum lugar
Todo dia cai uma fortaleza.
É uma chuva fina, calma, mas contínua

A espera é longa
A vaidade é complexa
A mente é complexa e viaja,
Pelas dimensões dessa rua estreita,
Encharcada com as lágrimas do céu,
Desse povo brejeiro, que se alimenta,
De um cigarro,
E um copo de cerveja gelada.

Uma mulher trás consigo uma criança,
Vem resgatar o seu amor do fogo,
Perdido no bar,
Entre brumas tóxicas.
Então outra canção,  
Invade os meus ouvidos,
A boa e velha canção rock n’ roll
Estranha nesse reduto
De música caipira.

Os carros silenciosos não param
Como se o dia não tivesse fim,
Pessoas, guarda-chuvas, vão e vem,
Como se a chuva não terminasse nunca
Como se a vida não tivesse fim
Como se espera não fosse tão ruim.

Uma criança atravessa a rua correndo,
Em direção ao bar;
Um misto de medo e ansiedade
Como se o seu futuro,
Não fosse alcançado,
Correndo em busca do pai,
Que volta para o bar.
Vai perpetuar tal conduta
No gene de sua geração;
Um cigarro,
E um copo de cerveja gelada.

Na porta sua futura esposa,
Á espera de seu amor,
Dividido entre presente e passado;
No fundo do copo;
Morto o seu futuro.
Do corpo entorpecido,
Descarrega o resíduo de sua miséria
Em algum muro dessa rua
Já molhada.

Vai levar o cheiro,
Para sua cama,
E aquela que o ama vai chorar,
Como chora o céu sobre essa rua,
Uma chuva fina, calma, mas contínua.

Na vitrine de uma loja
A ilusão de um rosto bonito
Vendendo beleza
Um casal de namorado,
Andam abraçados
Na espera de um dia de sol
Como se a paixão
Não apagasse em tempo ruim.

Um ciclista passa despreocupado,
Como se não chovesse,
Como se a luz do sol
Fosse aparecer a qualquer momento.
Equilibra-se nas rodas da modéstia,
Debaixo dessa rua molhada
Encharcada pela pretensão
Do meu olhar.

A porta do carro se abre
Um rosto vaidoso
Num cabelo de luz,
Ilumina o interior;
Dou partida e sigo,
Entre os carros silenciosos,
Deixando tudo para trás:
A cidade, aquela gente brejeira.
Era só uma rua,
Num dia de chuva, fina, calma, mas contínua....