8 da Manhã – Leh Rodrigues
A lua minguante
Passa despercebida nessa manhã de setembro
Apagada, quase invisível,
Sobre a abóbada de um templo local,
Apesar de extasiante beleza
Pássaros pousam nos telhados
Transportam-se de árvore em árvore
Pulam na grama do canteiro
Em busca de comida
De sobrevida
Pessoas caminham
Em várias direções
Passos sérios
Com suas faces por terra
Como se esse dia de sol
Pesasse sobre os ombros
E os prostrasse diante do medo da vida
Os vira-latas estão no cio
E marcam território
Como caudilhos sedentos
Por terra, espaço e poder
São 8 horas da manhã
É como se o dia terminasse
Sem ter começado
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