Duas Crianças - Leh Rodrigues
Hoje vi
duas crianças.
Nunca
tinham se visto, completamente estranhas,
Mas
conversavam como se fossem íntimas.
Seus
olhares se cruzavam
De modo
tão humanamente inocentes.
As
palavras trocadas eram doces e sem conceitos.
Então
percebi o quanto estou distante das pessoas,
Vi naquela
inocência,
O abismo
entre eu e o resto do mundo.
Queria ser
como as crianças,
Sem medo
de olhar nos olhos,
Sem medo
de ver o coração da pessoa ao meu lado.
Queria ser
a pureza daqueles olhos de inocência,
Que não vê
a maldade no sorriso das pessoas.
Queria ser
o sorriso na face sofrida de alguém.
Vi
naquelas crianças, o que não vejo ao olhar o espelho.
Minha
indiferença mata o que há de bom em mim.
Eu não
entendo esse ser,
Que se
limita a ver a beleza humana
Existente
naqueles que passam por mim,
Que não
são recompensados pelo sorriso que oferecem.
O coração
endurece
Com o que
há de mais moderno em nossa existência.
Cria
resistência ao amor,
Como se um
olhar fosse doença,
Como se o
sorriso fosse ofensivo,
Como se o
toque fosse uma afronta,
Como se
todo gesto gentil, fosse uma ameaça.
Queria ser
aquele momento infantil,
Sem essa
vil sensação de medo e frio na alma.
Queria ser
um pouco daqueles minutos
Tão
distantes de minha vida real,
De meu dia
normal.
Elas
estavam tão longe dessa normalidade torpe,
E eu
queria continuar lá
Só
assistindo aquele lindo momento,
Em que a
vida ensina a viver....
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